Cala a boca já morreu! | Cala a boca já morreu!
2023

CALA A BOCA JÁ MORREU!
Projeto Parede MAM
2023
Adesivo em vinil e vinil de recorte sobre parede, áudio (8’27”), fones de ouvido, impressão sobre papel e ripas de madeira.

O projeto Cala a boca já morreu! acontece desde 2019 em espaços públicos como ruas, praças e outros ambientes de convivência, nos quais a artista conversa com mulheres, individualmente ou em grupo, fazendo-lhes a pergunta “O que você não quer mais calar?”. Das conversas são recolhidas frases que explicitam as demandas e desejos destas mulheres, fotografadas, em seguida, com o cartaz contendo a frase escolhida por elas.
Durante 2019 foram fotografadas 101 mulheres em São Paulo e em Colônia, na Alemanha. 69 destas fotos foram transformadas em desenhos, exibidos em três instalações entre 2019 e 2021, em São Paulo.
Em 2021, o projeto inicial se desdobrou em uma intervenção sonora e visual na Biblioteca Mário de Andrade, com caixas de som instaladas no jardim, e a frase Cala A Boca Já Morreu! adesivada nos vidros da fachada. As caixas de som ecoavam as frases das 101 mulheres que conversaram com a artista em 2019 gravadas, em 2021, por 101 mulheres-cis, mulheres-trans e travestis.
Paralelamente à intervenção, a artista fez uma pesquisa no acervo da biblioteca, focando em livros de temática feminista escritos por mulheres, dos quais foram retirados trechos sobre silenciamento feminino. Foram consultados livros impressos no Brasil entre 2010 e 2020 com o intuito de produzir uma publicação com excertos destes livros, e, ainda, com um resumo do projeto original e um texto crítico escrito por Galciani Neves, pesquisadora e curadora. A publicação foi doada à biblioteca e serve como um índice remissivo sobre o tema a ser consultado pelos visitantes e pode ser lida também como uma compilação de denúncias sobre variados tipos de opressão a que nós mulheres temos sido submetidas durante os últimos séculos.
A terceira versão da obra, apresentada no Projeto Parede do MAM, contou com a representação em desenho de 18 mulheres, o registro sonoro em fones de ouvido das 101 frases e, ainda, com as páginas da publicação feita para a Biblioteca Mário de Andrade, a qual emprestou os 26 livros consultados para a biblioteca do MAM durante todo o período da exposição.
A publicação “Cala a boca já morreu! Leitura e Coleta de Textos. Silenciamento Feminino do Acervo da Biblioteca Mário de Andrade” também está à disposição do público na biblioteca do museu.

Aqui você pode baixar o PDF da publicação.
Aqui você pode ler o texto do curador, Cauê Alves: https://mam.org.br/exposicao/projeto-parede-cala-a-boca-ja-morreu/

Fotos: Estúdio em obra e Paula Morgado

 

CALA A BOCA JÁ MORREU!*
Wall Project MAM
2023
Vinyl and vinyl cutout adhesive on wall, audio (8’27”), headphones, prints on paper and wood strips.

* The original title in Portuguese comes from a saying “Cala a boca já morreu, quem manda na minha boca sou eu” which means literally: “Shut Up” is Dead, I Am the One Who Commands my Mouth.

Cala a boca já morreu! is a project that has been going on since 2019 in public spaces such as streets, squares and other social environments, in which the artist talks to women, individually or in groups, asking them the question “What is that you don’t want to silence anymore?” From these conversations, phrases were chosen that explicitly show the demands and desires of these women, subsequently photographed holding a cardboard sign which reads the selected phrases.
During 2019, one hundred and one women were photographed in São Paulo and in Cologne, Germany. Sixty-nine of these photos were turned into drawings, shown in installations, between 2019 and 2021, in São Paulo.
In 2021, the initial project unfolded into a sound and visual intervention at the Mário de Andrade Library, with speakers installed in the garden, and the phrase Cala A Boca Já Morreu! stuck on the glass windows of the facade. The speakers echoed the phrases of 101 women who spoke with the artist in 2019, recorded by 101 women, trans-women and transvestites, in 2021.
At the same time the artist carried out a research in the library´s collection focusing on feminist-themed books written by women from 2010 and 2020 and from which excerpts on female silencing were taken in order to produce a publication that contains also a summary of the original project and a critical text written by Galciani Neves, researcher and curator. The publication was donated to the library and serves as a remissive index on the theme to be consulted by visitors, and can also be read as a compilation of complaints about various types of oppression to which we women have been subjected during the last centuries.
The third version of the work, presented at MAM’s Wall Project, included the representation in drawings of 18 women, the sound recording in headphones of 101 phrases, and also the pages of the publication made for the Mário de Andrade Library, which lent the 26 books consulted to MAM’s library throughout the exhibition period.
The publication “Cala a boca já morreu! Reading and Collecting Texts. Feminine Silencing of the Mário de Andrade Library Collection” is also available to the public at the museum’s library.

Here, you can read the curatorial text, from Cauê Alves:https://mam.org.br/en/exposicao/wall-project-cala-a-boca-ja-morreu/